Timidez
na adolescência: jovens sofrem com
déficit de habilidades sociais.
Roberta Oliveira
Meu
filho é tímido, mas vai
muito bem na escola e não me dá trabalho...
É um adolescente muito
disciplinado...
Escutamos muito
esse tipo de
discurso de pais e professores, mas a timidez (ou retraimento social)
pode ser um indício de problemas emocionais e
comportamentais em
adolescentes.
Jovens
tímidos geralmente mantêm
relações insuficientes com seus amigos e
apresentam um padrão de
conduta com carência ou déficit de
relações interpessoais e com
freqüência evitam ou se esquivam de contatos
sociais. Como é um
problema que afeta pouco as pessoas ao seu redor, este comportamento
acaba sendo banalizado, sem a devida atenção e
importância. A timidez é
considerada comportamento internalizado, aqueles expressos para
dentro, como depressão, medo etc.
Ser habilidoso
socialmente é fator
importante no desenvolvimento humano. Devido à sua
importância para a
sociedade, no Brasil existem profissionais que estudam o seu
funcionamento e tratam as pessoas que sofrem por causa dos seus
déficits de habilidades sociais. Infelizmente a timidez na
infância
ainda é pouco investigada por muitos colegas de
profissão.
A ansiedade
leve ou moderada e a
inibição do desempenho em
relações sociais podem estar relacionadas a
condições genéticas e de aprendizagem,
ficando muito difícil fazer uma
separação entre esses dois fatores. Por exemplo,
jovens que têm pais
tímidos.
O
relacionamento social adequado e
satisfatório é fundamental para uma vida
saudável. Muitos adolescentes
tímidos sofrem por apresentar um repertório de
habilidades sociais
deficitário, que prejudica o seu desenvolvimento cognitivo,
podendo
ocasionar problemas afetivos e comportamentais.
Entre muitas
intervenções com os
jovens, uma que se destaca é o treinamento da melhora da
assertividade.
Um adolescente assertivo é aquele que demonstra os
componentes
necessários para um comportamento social adequado e
conseqüentemente
competente. Desenvolver a assertividade é enfrentar
situações que
envolva algum risco de conseqüências negativas e,
quando são
manifestadas, não afetem com tanta intensidade a pessoa
tímida. Ela
já estará treinada para administrar o
autocontrole dos sentimentos
negativos despertados pela ação do outro e
não se sentirá tão incapaz
diante da situação conflituosa. O jovem aprende
a expressar de forma
apropriada os seus sentimentos com redução de sua
ansiedade e
conseqüentemente o aumento de sua auto-estima.
É
preciso também trabalhar com a
família e professores, treinando e entregando materiais com
orientações
simples de manejo comportamental e registros dos comportamentos dos
adolescentes e de seus colegas.
É
muito importante a participação
dessas pessoas no manejo da timidez do jovem, mas infelizmente muitos
terapeutas encontram dificuldades de adesão dessas pessoas
nesse tipo
de intervenção, já que essa
problemática se caracteriza por uma
situação de comportamento internalizado, que
não afeta diretamente o
meio onde o adolescente convive. Os problemas externalizados
(impulsividade, agressividade, oposição etc.)
têm mais adesão por parte
da família e da escola, por afetarem diretamente essas
pessoas.
Relacionar-se
com companheiros da
mesma faixa etária é fundamental para o jovem
não correr riscos de
apresentar dificuldades emocionais em seu desenvolvimento. A timidez
aguda, se não tratada de forma adequada, pode trazer
transtornos
futuros para os adolescentes e seus familiares.
Palavras-chave:
Psicólogos, Psicologia Infantil, Timidez, Jovens,
Adolescentes.
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